28.1.06

É chato ser legal

Sou um cara legal. Desses que procuram não ofender os outros, contemporizar sempre que possível, disposto a dar conselhos, otimista, alegre, que topa qualquer programa, etc.
Mas que saco é ser legal! Por vezes dá vontade de mandar todo mundo pra pqp, deixar o pau quebrar, dizer “cada um com seus problemas” ao invés de dar conselhos, dizer “é... cê ta ferrado, cara”, amarrar uma cara feia, dizer “não tô a fim” e outras coisas.
Ser legal implica ser o cara com que todos podem contar. Desde para pedir uma simples carona até a esquina, como para pedir socorro porque o carro quebrou a uns 40 quilômetros de casa. E o legal vai...
O cara legal não consegue se desvencilhar de pessoas pegajosas ou de situações que atendem meramente o interesse alheio; quando muito procura negar algo com a maior delicadeza para não ofender o outro.
Precisa de alguma coisa? Pede pro fulano. Ele é legal. Pisou na bola com ele? Ele vai entender, ele é legal.
Como eu, existe muita gente legal no mundo, o que dificulta uma mudança mais radical.
Mas estou mudando. Instalei um botãzinho de “foda-se” na minha mente e já estou aprendendo a usar.

25.1.06

Parabéns Nelson Piquet!

Fiquei feliz com a vitória do inoxidável Nelson Piquet nas Mil Milhas Brasileiras. Diferentemente de muitos, acho que o Piquet foi o melhor piloto brasileiro, seguido pelo Emerson Fittipaldi (este, mais do que inoxidável. Foi feito com tecnologia aeroespacial) e só então pelo Senna.
Explico: Senna era um deus, um cara perfeito nas pistas e fora delas; calculava tudo, o que ia fazer na corrida e o que ia dizer fora dela. Passou essa imagem de perfeição para nós, pobres mortais. O problema é que tudo que é muito perfeito parece feito sem paixão, mas por orgulho da perfeição. Senna, no fundo, era igual a Prost.
Emerson é um apaixonado pelo automobilismo, onde faltava estratégia pra ganhar dinheiro (quase quebrou com a Copersucar) sobrava idealismos e sonhos. Era (ainda é) um Dom Quixote das pistas, que venceu e ainda vence moinhos de vento.
Piquet é um cara como todos poderíamos ser. É apaixonado e competente. Soube tirar proveito da paixão (para vencer e ganhar dinheiro) e da competência (para vencer e ganhar dinheiro), e o que diferencia Nelson dos outros é a intensidade de sua normalidade (bem humorado, grosso, exigente, relaxado, sacana, sério...), que propiciou a ele uma vida que os outros parecem que não conseguiram conquistar. O "último romântico da F1" é campeão também aí.

Pai babão / pai bobão

Êpa! Esse negócio de gravidez ta me deixando meio esquisito (gostaram do trocadilho português/castelhano? Hein, hein?) Tirando a piadinha sem graça, acompanhar a gravidez da esposa é um negócio estranho. Primeiro eu consegui ver meu bebê nitidamente no ultra-som, o que eu nunca consegui com os bebês dos outros. Depois eu vi claramente o coraçãozinho dele batendo (piscando é como vemos no ultra-som). Ou seja, minha atenção e por conseqüência minha visão e percepção aumentaram quando as coisas se referem ao meu filho (ou filha).
Depois eu comecei a fazer umas loucuras, como me encostar na barriga da minha mulher pra conversar com o neném. E o pior é que eu fico contando meu dia pro bebê. Se ele, ainda com 10 semanas (tempo médico) ou 8 semanas (tempo aproximado da fecundação), me ouve, só um dos canais Discovery poderá confirmar, mas que eu faço isso achando lindo conversar com meu filho, eu faço! Até cantei pra ele com toda minha desafinação, tadinho.
E que ninguém que ainda não tenha passado pela experiência do primeiro filho me chame de louco!

12.1.06

Os pecados de Lula

Li em www.nominimo.com.br o artigo "Lula não estudou por preguiça", de Augusto Nunes, e mandei um e-mail ao autor comentando seu texto.
Este post contém o texto do Augusto Nunes e o e-mail por mim enviado.
"Lula não estudou por preguiça

12.01.2006 Minutos antes do começo da gravação do Roda Viva no Palácio do Planalto, o jornalista Paulo Markun aproximou-se do presidente Lula para combinar um derradeiro detalhe. Em meio às palavras de encerramento, o âncora diria que estava entregando a Lula uma trilogia com as melhores entrevistas ocorridas desde a estréia do programa da TV Cultura, 18 anos atrás.
Com expressão curiosa, Lula apanhou os livros. Antes que se sentisse logrado, Markun informou que só o primeiro volume fora concluído. Os outros, ainda em preparação, paravam na capa. As páginas estavam em branco. Lula devolveu o que estava pronto e folheou os desprovidos de palavras. "Isso é que é livro bom", comentou. "A gente nem precisa ler". O entrevistado parecia feliz. Os entrevistadores exibiam sorrisos constrangidos.
Ninguém no estúdio improvisado aparentou surpresa. Todos conheciam a aversão de Lula à leitura - qualquer tipo de leitura. "Ler é pior que fazer exercício em esteira", confessou há tempos o presidente de um país atulhado de analfabetos, com um sistema educacional em frangalhos, incapaz de absorver multidões de crianças traídas.
Milhões de meninos no Brasil, tão pobres quanto Lula foi (ou ainda mais miseráveis que o filho do Agreste pernambucano), enfrentam fome crônica e carências inverossímeis para assimilar conhecimentos. Essas crianças valentes não merecem ouvir do presidente o elogio da ignorância.
Lula nunca leu um livro. Não escreve uma só frase sem derrapar em erros graves de Português. Mas os chefes do PT, amparados por intelectuais demagogos, decidiram que um migrante nordestino promovido a líder de massas deve ser dispensado de cobranças elitistas. Lula foi diplomado pela escola da vida. Ganhou o direito de, impunemente, maltratar o idioma e dizer tolices sobre tudo. Pensar o contrário é coisa de conservador, mania de preconceituoso.
Sem trabalhar há quase 30 anos, o presidente teve tempo de sobra para jogar algumas peladas também no campo do conhecimento. Não estudou porque não quis. Não aprendeu lições básicas por pura preguiça. Poderia ter seguido o bom exemplo de companheiros como o deputado Vicentinho. Ex-presidente da CUT, formou-se em Direito já quarentão.
Lula não precisa de canudos. É um doutor de nascença.
A bordo do AeroLula, recusa-se a passear os olhos por duas ou três páginas produzidas (com letras gigantescas) por assessores teimosos. São informações elementares sobre o país onde vai pousar horas mais tarde. Lula despreza até esse punhado de registros históricos, geográficos e econômicos. Leitura é pior que exercício em esteira.
Já fomos mais rigorosos com gente que enuncia sandices ou escreve besteiras. Rimos do general Charles de Gaulle ao ouvi-lo declarar que "a China é um grande país habitado por milhões de chineses". Acompanhamos com merecidas gargalhadas a performance de Dan Quayle, vice-presidente americano entre 1989 e 1993, quando George Bush pai foi inquilino da Casa Branca. "A perda de vidas é irreversível", disse Quayle. "Minha mãe nasceu analfabeta", empatou recentemente Lula. "Fiz uma viagem à América Latina e só lamentei não ter estudado Latim com mais dedicação para poder conversar com aquelas pessoas", derrapou Quayle. Lula espancou a História ao inventar uma invasão da China por tropas de Napoleão Bonaparte.
Debochamos do presidente Ronald Reagan quando o ilustre forasteiro saudou, em Brasília, o povo da Bolívia. Reagimos com a fleuma de lorde inglês ao discurso em que Lula incluiu a Bolívia entre os países que não mantêm fronteiras com o Brasil. Se tivesse perdido cinco minutos consultando manuais de História, saberia que o Acre foi subtraído à Bolívia. Se tivesse pescado no Rio Paraguai, teria visto logo ali a pátria do amigo Evo Morales.
A carreira política de Quayle terminou numa sala de aula. Ao visitar uma escola, teve a má idéia de ensinar aos alunos como se escreve "batata" em bom inglês. O certo é "potato". O vice de Bush rabiscou um desconcertante "potatoe" no quadro negro. E consolidou a imagem de quem não está preparado para governar coisa alguma.
Há semanas, Lula chegou para uma reunião sobraçando uma folha de papel com anotações manuscritas. Os garranchos denunciavam o autor: fora o presidente quem escrevera aquilo. Os fotógrafos capturaram os rabiscos com penosa nitidez. Comprovou-se que Lula ignora a grafia de palavras escritas corretamente por crianças de jardim da infância. A maioria dos jornais passou ao largo do escorregão.
A boa formação intelectual não transforma um governante em estadista. Mas nunca houve um estadista que não soubesse ler e escrever."
Abaixo, o e-mail enviado ao autor.

"Caro Augusto Nunes,

Já há tempos venho conversando com amigos sobre esse mesmo assunto (Lula não estudou por preguiça), inclusive citando o mesmo exemplo do Vicentinho.

É inacreditável o poder do marketing que conseguiu que grande parte dos que não votavam no Lula e no PT (inclusive eu) o fizessem nas últimas eleições presidenciais, em nome de uma esperança de desenvolvimento social do qual estamos e estaremos carentes por muito tempo ainda.

Sabíamos - quem ainda não sabia, pelo menos foi avisado pelos outros candidatos à presidência - que Lula é iletrado (para usar um eufemismo), porém deixamos de avaliar o real motivo desse iletramento que é o pior defeito que um governante pode ter: a preguiça.

Lula não trabalhou e não estudou durante uns 20 anos. Só fez campanha. É um "campanheiro" profissional (www.veiogaga.blogspot.com/2005/12/o-que-isso-campanheiro.html).

Lula é uma figura que, não tendo sido propriamente criada pelo PT, foi lapidada por ele para nas duas últimas décadas ser usada como fonte de votos e escada para o poder.

Se a preguiça é um defeito grave, talvez um dos piores defeitos que um governante pode ter, a soberba é o pior defeito de uma pessoa. E esse defeito o Lula também tem de sobra. A ponto de se achar merecedor de uma reeleição, porque também se acha o melhor governante que este país já teve.

Sem dúvida, o problema do Lula não é o iletramento, mas a preguiça. Abraham Lincoln também era iletrado, e aqui eu não uso a palavra como eufemismo, e foi um dos melhores presidentes que o EUA já tiveram, mesmo considerando a diferença de época.

Abraham Lincoln, com certeza, não era preguiçoso. Lula é.

Abraço,"

3.1.06

Alguns propósitos para 2006

- Dar graças a Deus sempre e cumprir melhor minhas obrigações com Ele;
- Praticar as virtudes (fé, esperança, caridade, prudência, justiça, fortaleza, temperança, e tudo que daí decorre) para meu desenvolvimento humano e para ser um bom exemplo pro bebê que vai chegar em agosto;
- Fazer minha mulher e meu bebê felizes;
- Comemorar 10 anos de casamento;
- Saber retribuir o carinho da família;
- Trabalhar com mais intensidade e fazer o trabalho render mais frutos;
- Estudar;
- Ser mais ordenado;
- Guardar dinheiro;
- Conquistar novas amizades;
- Cuidar da saúde, emagrecer e participar da Volta da Pampulha;
- Ser aprovado no exame pra faixa laranja de Krav-Magá;
- Comprar outra moto (esse propósito não é prioridade. Mas é um propósito.);
- Comemorar o hexa da seleção;
- Comemorar os títulos do Corinthians, que virão em 2006;
- Nunca mais votar no PT e ajudar a tirar o Lula da presidência do Brasil;