31.7.06

Incentivo à arte e à cultura

Com licença. Vou usar esse meu espaço para indicar dois sites de Música Popular Brasileira, ambos criados por advogados.
Um deles www.arteparalela.com.br é de um amigo com o qual trabalhei nos idos de 1989/90, em São José do Rio Preto-SP, quando éramos estagiários. Composições e música maduras. O site permite o download para uso particular e até pra comercialização (vejam o item "declaração").
O outro www.miltonribeiro.com.br é de um amigo com o qual comecei a trabalhar em 2003. Ele no RJ e eu em BH. Um site divertido e também com boas músicas, porém com um quê mais juvenil.
Sendo ambos bons, diferem no estilo, embora se trate de MPB.
Ouçam, divulguem, incentivem. A arte agradece.
E não se esqueçam de comentar o(s) post(s) abaixo.

29.7.06

Você não sabe que tudo o que pobre faz incomoda?

A frase título acabou de ser dita pela minha mulher. Víamos um programa na TV a cabo, que mostrava crianças brincando numa praça no Canadá. Pulando os jatos de água de uma praça-fonte, cujo "esguicho" ficava abaixo do nível do solo. A fonte tinha um temporizador, que esguichava a água e depois de um breve período, parava. E assim sucessivamente. As crianças faziam uma espécie de "roleta paulistana" com a água. Esperavam começar os esguichos e iam pulando um a um, até que suas pernas se molhassem. Igualmente, temos exemplos de tantos outros países onde as praças servem à diversão da população, especialmente das crianças.
Aqui no "Impávido Colosso" as praças são espaços restritos aos cães. Não estou pegando no pé dos animais, a despeito de ter falado deles no post anterior. Nada disso. É que raramente vemos nas praças crianças brincando, parecendo que tais espaços são feitos para serem pista de exercício de cães ou podem ser utilizados apenas por adultos que precisam fazer sua caminhada.
As crianças ricas, ou de classe média, brincam com videogames. Quando muito brincam nos playgrounds do condomínio, ou em clubes, ou em escolinhas de futebol, ou em escolas de circo, ou em escolas disso, escolas daquilo... Será que realmente brincam?
Bom, voltando ao assunto do post, quando há crianças brincando na praça, jogando futebol, com gols demarcados por um par de chinelos, empinando pipas, correndo de um lado a outro, estas são crianças pobres, que rapidamente são expulsas pelos olhares de reprovação e murmúrios dos "donos" da praça ou mesmo por alguma "autoridade".
Por que são expulsas? Deve ser porque tudo o que pobre faz incomoda...

25.7.06

O filhote do bicho

Um dos poucos poemas que sei de cor e nunca esqueci é "O Bicho", de Manuel Bandeira. Em minha época de estudante, quando ouvi pela primeira vez o Prof. Pedrinho (literatura) declamá-lo, e o acompanhei em leitura, ao me imaginar contemplando a cena ali narrada, surpreendi-me ao constatar que não era necessária a imaginação. E que eu já havia contemplado aquela cena inúmeras vezes. Desde então, todas as vezes que vejo alguém mexendo no lixo, lembro-me imediatamente do poema. Pra quem não se lembra, transcrevo-o:
"Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem
."
O Prof. Pedrinho enfatizou a expressão "meu Deus", para dar a correta interpretação do poema. Digo correta interpretação porque a mim essa expressão sempre soou como um clamor do autor - e deve mesmo ter sido -, que por sorte foi devidamente captada e transmitida pelo narrador, naquela ocasião.
No último domingo, vi um filhote de bicho sendo carregado no colo, apressadamente, por um atendente de uma farmácia. O bom rapaz deitou o menino à sombra, deu-lhe água, um remédio qualquer e ficou abanando o garoto. No lugar em que eu estava - o McDonald's -, várias pessoas ficaram como eu, comovidas com a situação. Uma minoria chegou a murmurar que isso era por causa da "cola", como se o garoto estivesse sendo punido pelo hediondo crime de ser pobre e cheirar cola.
Atravessei a rua e fui ter com o bom rapaz que ajudou o menino. Ele me disse que o garoto esteve deitado na calçada desde que a farmácia abrira, em princípio na sombra, mas que já havia mais de uma hora que o garoto estava sob o sol, e que ele achou melhor ajudá-lo.
Pensei que talvez eu tivesse passado ao lado do garoto, e que nem tivesse notado sua presença...
Enquanto eu conversava, o menino já devorava o conteúdo de um marmitex.
Ofereci-me a levar o garoto a um hospital, mas não foi necessário. A água e a comida o restabeleceram...
Lembrei-me de novo do "bicho" de Manuel Bandeira. Esse era um filhote, de uma espécie em que as mães e o grupo o abandonam à própria sorte, para a involução, num darwinismo às avessas. Um legítimo filhote da espécie dos miseráveis.
Ao mesmo tempo, veio-me à mente as comemorações pelos nascimentos de tartaruguinhas, de baleinhas, de foquinhas... todo aquele cuidado com esses animaizinhos, mamadeiras, rações balanceadas, monitoramentos, todo aquele dinheiro investido... Não estou dizendo que a preservação da fauna e da flora seja ruim, longe disso. Só acho que temos que escolher melhor qual espécie deve ser preservada, quais os filhotes que temos que alimentar e monitorar prioritariamente. Só isso.

6.7.06

Filhos da p...!

Em leitura ao site/blog "No Mínimo" (http://politicaecia.nominimo.com.br/), deparei-me com uma matéria do Guilherme Fiuza sobre a prostituição enquanto profissão reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O fato é que o órgão governamental, ao tratar o assunto com tamanha naturalidade, dando inclusive dicas profissionais, não se compromete com o que deveria ser seu verdadeiro mister, qual seja, garantir às mulheres profissões compatíveis com sua dignidade de seres humanos. Não quero dizer com isso que as prostitutas não mereçam o amparo do governo, quero deixar claro é que o amparo do governo deve existir com o objetivo de tirá-las dessa situação degradante que é o comércio do sexo, onde a grande maioria das mulheres acaba explorada, viciada em drogas, sem dinheiro na velhice e sem amparo de quem quer que seja. Não nos enganemos com estórias de "gatas borralheiras". A realidade da prostituição é mais dura do que pensamos. Ainda bem que existem ONGs que tentam corrigir essa deformidade social. Estatisticamente sabemos que as prostitutas (excetuando-se aquelas denominadas "prostitutas de luxo", minoria reduzida a quem os itens a seguir não se aplicam): a)- iniciaram-se nessa vida ainda menores de idade; b)- dependem material e afetivamente de terceiros que as exploram; c)- são viciadas em drogas; d)- são sujeitas aos mais diversos tipos de violência; e)- desejam realmente largar a prostituição, porém não possuem alternativas para tanto.
De fato é um paradoxo que o governo federal, ao mesmo tempo em que diz combater a exploração sexual de crianças, o subemprego, a desigualdade social, as injustiças..., elabore um verdadeiro "manual de prostituição". Triste...

Em tempo: Pra quem duvida, segue o link do Ministério do Trabalho e do Emprego. E não esqueçam de navegar no "Menu da Família" do lado esquerdo da tela, para terem acesso ao já dito "manual de prostituição" do governo federal: http://www.mtecbo.gov.br/busca/descricao.asp?codigo=5198


ATUALIZAÇÃO URGENTE!!!! Na sexta-feira, dia 14/07, questionaram o Ministério do Trabalho sobre o absurdo aqui narrado e já no dia seguinte tiraram o link do ar, conforme informações da CBN. Mas o fato é que cliquei no link e as informações ainda estão lá.

1.7.06

De novo 82?

Não, não mesmo! Em 82 a seleção perdeu jogando futebol e buscando a vitória, jogando ao estilo do saudoso Telê Santana. Em 2006 a seleção perdeu retrancada e assistindo as outras seleções (Alemanha, Itália, Portugal e França) ensinarem como se pratica esporte de competição: com seriedade, garra e coração. Que falta nos faz um Dunga ou um Felipão... Que falta nos faz um Romário, que em 94 salvou o Parreira, a seleção e o Brasil... Triste ver tantos craques sem saberem - por pura falta de um líder entre eles ou na comissão - o que fazer em campo. Cabelo, Máximo, Mario Lago e Elisandra, relendo os comentários no post "Hexa em 2006?" percebi que, no fundo, já estávamos nos preparando para o pior. Estou retornando agora ao mundo blogueiro. Quando me recuperar da decepção visito e comento os blogs de vocês.