Sexo, Drogas e Rock'n Roll
Mesmo tendo várias coisas a comentar, vou me abster de falar mal da política. O título sugere mais do que eu vou comentar aqui, mas se alguém já começou a ler, que vá até o final.
Vi uma notícia que me levou a fazer algumas considerações. O canal por assinatura GNT está lançando no Brasil a série Weeds, que tem como descrição contida no próprio site do canal o seguinte: "WEEDS (que significa "erva" em inglês) é a nova atração do GNT. Polêmica, a série tem como protagonista a atriz Mary-Louise Parker (de Angels in America, Tomates verdes fritos e The West Wing). Parker encarna Nancy Botwin, uma viúva que para garantir o sustento dos filhos passa a vender maconha na pacata e, aparentemente conservadora, Agrestic; pequena cidade do interior da Califórnia. Compõem o elenco nomes como Elizabeth Perkins e Keavin Nealon. Weeds é uma série tragicômica que apresenta o lado politicamente incorreto dos tradicionais lares americanos."
Resolvi então escrever sobre isso e sobre o recente episódio do "beijo gay" na novela da Globo.
Entendo que o GNT errou ao pretender abordar o assunto com uma falsa naturalidade, travestindo-o de "sitcom", até porque o que é "normal" não é necessariamente "legal", e certamente o tráfico não é legal também nos EUA.
Ora, o seriado em questão, assim como as "sitcoms" gays dos canais a cabo não "abordam o assunto de maneira tragicômica, apresentando o lado politicamente incorreto dos lares americanos".
Da mesma forma já existem inúmeros programas cujo tema é o homossexualismo, nos canais a cabo.
Penso que os lares americanos - e ocidentais em geral - politicamente incorretos não são necessariamente lares onde se pratica o tráfico e o homossexualismo, que existem, sim, mas não em número suficiente para se tornarem uma "comédia de costumes", banalizando tais comportamentos.
Com efeito, o lado politicamente incorreto dos lares está mais para traições conjugais, uso (e não tráfico) de drogas, alcoolismo, promiscuidade, sonegação. E sobre isso já há várias "sitcoms".
O fato é que assuntos de tal relevância não podem ser "discutidos" através de uma série ou novela, que longe de gerar discussão, formam opinião. O problema é que a opinião vem deturpada pela empatia (ou antipatia) do público às personagens e ao enredo; todavia, em qualquer assunto, o que não pode ocorrer é induzir a sociedade a tolerar a ilegalidade, o ilícito. E o tráfico é ilegal, repita-se! Dura lex, sed lex!
Procurar tornar o crime um "costume politicamente incorreto" é deturpar a verdade vigente enquanto vontade do Estado e induzir à sociedade em erro, causando até mesmo prejuízos a essa mesma sociedade, que será complacente com o que é ilícito, gerando assim, guardadas as devidas proporções, o "caos social", onde o indivíduo deixará progressivamente de respeitar a sociedade do qual faz parte, configurada no Estado.
Se a maconha for liberada, aí podem colocá-la até no programa da Xuxa, por mim tudo bem. Me adaptarei à nova legislação, afinal todos os dias fazemos isso - adaptar à novas leis - aqui no Brasil! Continuarei passando e procurando aconselhar os outros a passarem longe dela, assim como longe do cigarro e do álcool. Mas isso não é uma questão sócio-cultural, como a aceitação do homossexualismo, mas sim sócio-científica, que cabe aos antropólogos, sociólogos, bioquímicos, médicos psiquatras, criminalistas, etc. debaterem e decidirem.
Por outro lado, quanto ao homossexualismo, respeito os homossexuais, da mesma forma que quero ser respeitado - e todos os gays meus conhecidos me respeitam e têm meu respeito.
Nos canais a cabo, alguns programas deixam implícito ou explícito que a vida do gay é tão boa ou melhor que a do hétero, levando pessoas não só a "saírem do armário", como também a "experimentarem" o homossexualismo (ativo ou passivo, homossexualismo é um só!).
Se a vida não é um mar de rosas para os héteros, é um verdadeiro mar de espinhos para os gays. Eles ainda sofrem toda sorte de preconceito, diferentemente da "vidinha feliz" que levam nos seriados ou novelas de TV. Estes (seriados e novelas) deveriam mostrar não uma "comédia de costumes" com os gays, mas sim algo no gênero "drama", que refletisse bem as agruras da vida dos homossexuais: a discriminação, a falta de afeto sincero, a presença dos aproveitadores, a solidão na velhice, etc.
Isso, em princípio, poderia gerar sentimentos de pena, mas certamente se transformariam em respeito quando fosse mostrado que por trás de um homossexual há um ser humano, com toda a sua dignidade.
Quem sabe assim eles conseguiriam mais respeito do que através de beijos em horários nobres ou em público? Com efeito, presenciar um beijo gay não é algo normal, e de fato eu sinto asco ao ver uma coisa dessa. Como todo ser humano, para conquistar o respeito, é preciso primeiro se dar ao respeito, sem chocar a sociedade. Os tabus são quebrados à custa de demonstrações positivas, e não agressivas.
Derivando 1 - Vi na TV dias atrás algo sobre os "Oscars" de Tom Hanks. Disseram: "Ele ganhou um por ter feito o papel de um gay. Ganhou outro por ter feito o papel de um retardado. Para ganhar o terceiro é so fazer um gay retardado!".
Essa atitude discriminatória me decepcionou profundamente, fazendo-me pensar até mesmo sobre o liberalismo da TV, que demonstrou enorme hipocrisia ao aplaudir o ator premiado, para depois deixar vir à público uma piada de mau gosto a respeito.
Voltando ao tema central, os programas de TV dessa espécie me fizeram pensar que esse tipo de imposição da mídia sobre a sociedade traz mais prejuízos do que benefícios. O correto deveria ser o inverso, a mídia como reflexo da opinião da sociedade, e não a mídia como pretensa formadora de opinião imposta àquela.
Pronto, já falei de drogas, sexo e, quanto ao Rock'n Roll, que bom que o temos pra ouvir. E curtir...
1 Comentários:
Te inspirei, hã?
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