19.3.07

O "Efeito Rubinho" e as "Complicabilizações"

Está cada vez mais difícil conversar sobre F 1 com quem só acompanha o noticiário da TV, sem ler as colunas de jornais, os blogs e os sites de jornalistas sérios. Antes e depois da corrida de abertura da temporada eu tive que ouvir algumas pessoas falando em complô da Ferrari para prejudicar o Felipe Massa. As justificativas foram as mais variadas: "O Massa ganha menos"; "O Raikkonen é que foi contratado pra ser campeão", dentre outros absurdos.
O que me irrita mais é que toda essa "teoria da conspiração esportiva" começou a povoar a mente fértil dos brasileiros com sentimento de "vira-latas" justamente por causa das inúmeras e sempre infelizes declarações do nosso Rubenzinho, nas tão comuns justificativas pelo baixo desempenho frente aos companheiros de equipe.
Emerson, Piquet e Senna nos deixaram um legado de raça e superação em equipes onde as coisas não lhes eram necessariamente favoráveis. Nos legaram orgulho, construído em mais de 30 anos.
Rubinho nem parou de correr mas já acabou com tudo e deixou um legado paranóico, um sentimento de perseguição, um complexo de inferioridade.
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Já dizia o ditado corporativo: "Se podemos complicabilizar, pra que facilitabilizacionar?" A linguagem que eu livremente chamo de segmentada - talvez até sectarista - e nessa se incluem as linguagens corporativa, jurídica, dos esportistas, dos economistas, do telemarketing, do marketing, da informática, etc, é um código que deve ser entendido e seguido pelos que daqueles grupos fazem parte. Até aí tudo bem. Temos então nestas hipóteses um "técnico" falando pra outro "técnico" em uma "linguagem técnica". Se entendemos, ótimo; se não entendemos, tudo bem. Nossa ignorância ajuda a valorizar essas pessoas revestidas de uma aura de "erudição profissional". A sociologia explica.
Aí surgem as "quebras de paradigmas", os "feedbacks", a "empregabilidade", os gerundismos, e outras pérolas.
Inicializar é uma delas. "Estou inicializando o computador". O computador é algo tão bom e moderno que não fica somente na simplicidade de iniciar, mas vai além: "inicializa".
Diferenciado é outra. Não basta ser diferente. Ser diferente é algo negativo, o diferente pode até ser vítima de preconceito. Bom mesmo é ser diferenciado.
Recentemente tenho ouvido muitas mulheres dizerem que "Fulana ficou enlouquecida ao ver aquele cachorrinho". Enlouquecer não é tornar louco, ficar louco ou algo assim? Ficar enlouquecida seria ficar tornada louca? Ou ficar ficado louca? Não bastaria dizer "Fulana ficou louca ao ver aquele cachorrinho"? Não, definitivamente! Ficar louca é algo agressivo, patológico. O cachorrinho corre o risco de ser mordido pela fulana. Ficar enlouquecido é terno. O único risco que o cachorrinho corre é de ser escovado até ficar sem pêlos.
E assim vamos complicabilizando...

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