13.10.07

Amor em branco e preto

Acho que já li o título deste post em algum lugar, não sei se é o título de um filme ou algo assim ou simplesmente um "dejá vu" de algo que já pensei em escrever. Hoje não posso ficar só na vontade de escrever, tenho que concretizar. Há exatos 30 anos o Corinthians foi Campeão Paulista de Futebol.
Em 13 de outubro de 1977 eu estava prestes a completar 7 anos e vi a alforria de um povo.
O Corinthiano não se torna um, mas nasce um. Nasci assim. Lembro que eu e meu pai assistíamos o jogo numa TV Telefunken, instalada no quarto de meus pais. Lembro também das sensações de angústia e ansiedade que senti durante todo o jogo, mais ainda nos quase 10 minutos faltantes para o apito final. Lembro de meu pai chorando comigo, do foguetório e lembro ainda mais da invasão de campo que sucedeu ao fim do jogo. Lembro de quase todos os heróis que libertaram toda uma nação.
Naquele 13 de outubro identifiquei-me ainda mais com o Corinthianismo. Pretos, brancos, pardos, índios e amarelos, capitalistas e comunistas, judeus, ateus e cristãos, promotores, juízes e réus, presos e gozando a liberdade, toda uma nação fraterna dividindo entre si a mesma alegria. Não havia - como não há - diferenças entre Corinthianos. Quando torcemos, todos somos "Corinthianos, maloqueiros e sofredores, graças a Deus!"
Lembro do uniforme da vitória. O uniforme número 2 do Timão é sem dúvida alguma o mais bonito de todos. A cor preta dominando a camisa, interrompida por finas listras brancas é, definitivamente para mim, a verdadeira cor do Corinthians. A camisa branca vem de uma época em que o futebol era praticado por senhores fleumáticos. A camisa preta mostra que o time é do povão - negro, maloqueiro e sofredor (graças a Deus!).
A despeito do que se passa hoje no Corinthians - parcerias e negócios escusos, tenho a lembrar uma frase que diz mais ou menos assim: "Todo time tem uma torcida. A torcida do Corinthians tem um time."
Parabéns Corinthians! Parabés Corinthianos, maloqueiros e sofredores... Graças a Deus!